quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

A máscara de Ronaldo no interior

Quanto mais me aproximo de Ronaldo, mais fico fã de Kaká. Parece inócuo um jornalistazinho do interior de São Paulo querer (ousar) escrever algo sobre o ‘Fênomeno’ do futebol, de todos os povos, todas as mídias, todas as mulheres (ou não) e do mundo, mas eu precisava desabafar essa sensação enojada diante da máscara deste que é tido como o grande ídolo brasileiro da era moderna (ou de 90 para cá, tanto faz). E olha que eu ainda nem cheguei perto desse mala.

Ronaldo desembarcou em São Paulo enchendo o torcedor corinthiano de esperanças e o cofre do Corinthians, de dinheiro. Marketing em cima de marketing. Money. Junto com ele, segue uma nação, seja de fanáticos pelo futebol, apaixonados pelo Timão, ou, simplesmente, fãs de Ronaldo. Por onde vai, uma multidão o segue, o cerca, o implora um olhar, um sorriso, um aperto de mão que seja, um abraço, se tiver sorte, e, os mais ousados, um abraço e uma foto. Por muito tempo foi assim no exterior. Há muito é assim no Brasil, seja em suas passagens pelo país entre uma festa e outra ou nessa badalada volta aos gramados nacionais.

Quando o tido ‘Fênomeno’ desembarcou no aeroporto de Presidente Prudente às 21h30 da última terça-feira (24), não foi diferente. Cerca de 200 torcedores do timão e curiosos estavam lá, a mercê do tempo instável, sacudindo as bandeirolas à espera de Ronaldo. Male má saiu na foto. Direto e reto para o ‘busão’. Até aí, vá lá. Terça-feira de carnaval, pô. O cara ‘tá’ cansado, foi foliar no Rio. Beleza.

Na quarta de manhã, treino no Prudentão, estádio local e um dos orgulhos dos prudentinos. Bate bola daqui, balança a pança acolá, saracoteia a redonda, penteia, alisa, treino físico e lengalenga. Certo momento, passando pelo alambrado, um repórter de uma rádio local perguntou: “E aí, Ronaldo, e o gramado?”. A reposta foi curta e grossa (ou grosseira?): “Num tá vendo, não? É cego?”. Puts, lá se foi a euforia daquele profissional de mídia pela oportunidade de ver, ouvir e quiçá entrevistar o ídolo. Foi-se, também, em um segundo, a admiração formada ao longo de anos vendo o atacante nos gramados. Assim como a de muitos que estavam ao redor.

Mesmo percebendo a situação, outro colega, de outra rádio, resolveu experimentar e, com o programa ao vivo, mandou uma pergunta. Ronaldo, mudo. Outra pergunta. Reticências. E mais uma. Grilos. Foi-se mais um admirador do ex-jogador. Grosseria? Imagine. Estamos a sua disposição, ‘Fenômeno’!

Além disso, que de fato ocorreu, fiquei sabendo de mais uma mancada do tido ídolo, mas essa naquele esquema do ‘diz que me disse’. Corre que ele, o dito cujo, descendo da van no Prudentão, onde assistiria o jogo contra o Noroeste das cabines, vendo o motorista do veículo parado ao seu lado, virou e mandou: “Você faz o que aqui, carrega malas?”. A reposta: “Não, sou o motorista”. A soberba: “Então o que está fazendo do meu lado? Sai daqui”.

Como se não bastasse, a estrela hollywoodiana tem se recusado a tirar fotos e a dar autógrafos, salvo em algumas situações em que não há como fugir. Tudo bem, deve ser um porre aquele monte de gente te seguindo, ter de escrever “abraços” seguido do seu nome centenas de vezes, mas espera aí, né, nêgo. Seja difícil em São Paulo, Rio de Janeiro, sei lá, onde o povo já se acostumou com sua presença. Custa ser um pouco mais solícito em uma cidade interiorana que sequer sonhava em um dia vê-lo pisando nessas humildes terras? Não mata ninguém ser simpático, mesmo fingindo, por alguns dias.

O cara só tem dado mancada. Só bola na trave (co). E ainda vem para cá com essa empáfia tal qual um lorde inglês. Sai pra lá, dentuço. Meu irmão, apesar de palmeirense doente, era fã incondicional de Ronaldo. Hoje, as únicas palavras que ouvi da boca dele foram:”babaca metido”. Tomou, papudo?!?

Queria que o Corinthians viajasse o Brasil todo com esse ex-jogador para que pelo menos 10% de seus fãs o conhecerem de perto e, com certeza, deixassem de admirá-lo, assim como eu, alguns colegas de imprensa, meu irmão e vários prudentinos que tiveram a decepção de topar com esse ex-atacante deslumbrado. Boa sorte no showbol, parceiro!

5 comentários:

Unknown disse...

Seu irmão em ... hauahuahua . Isso, Isso , Isso, oq antes pedia para o corinthians perder de 4 a 3, mais os 3 gols dos gambas ia ser do ronaldo, agora prefiro evitar a fadiga, e nem pesar minha cabeça com o gordo! Deixa que o keirrison faz os 4 gols do palmeiras no interior!!

Anônimo disse...

Por essa ninguém esperava!

Massa teu blog hein guri...parabéns!

Abraço!!

Anônimo disse...

Verdade hein Zuniga, o cara é muuuuita mala... Mas é fácil ser mala aqui no interior... Quando as cameras e o microfone do Globo Esporte estão na cara dele vc percebe como a coisa muda???
HIPÓCRITA!!!

Anônimo disse...

Mesmo sem dominar muito "a" bola, "o" bola me decepcionou muito. Primeiro a história das bananas e agora as jacas nos profissionais que garantem a boa imagem do moço. Frutinha né!!!

Abraço aos do blog, parabéns!

Bruna Bachega.

José Artur Teixeira Gonçalves disse...

Realmente o cara é um "fenômeno", Thiago Ferri...fenômeno de estrelismo, grosseria, mau humor. Aliás, ele vai ter que jogar bola no Corinthians para provar se ainda é craque ou não. Por enquanto, a única coisa que ele tem é sua imagem. E, como visto em seu belo artigo, a imagem também não vai nada bem. Abraços.